Arnaldo Redondo Adães Bermudes
Arnaldo Redondo Adães Bermudes, filho de Félix Redondo Adães e de Cesina Romana Bermudes, nasceu no Porto, a 29 de Setembro de 1864. Frequentou a Academia Portuense de Belas Artes e, em 1888, ficou em primeiro lugar no concurso promovido pela Academia de Belas Artes de Lisboa, para obtenção de bolsa de estudos no estrangeiro. Já em França, para além de ter sido aluno da Escola de Belas Artes de Paris, estagiou no atelier de arquitectura de Paul Blondel. Na Cidade Luz, expôs, por diversas vezes, os seus trabalhos de arquitectura no Salon.
Adães Bermudes transformou-se, pois, em profícuo e eclético arquitecto, cuja obra foi merecedora de inúmeros prémios, dos quais se salientam a 2a Medalha na Exposição do Grémio Artístico, em 1894, as Medalhas de Ouro e Prata na Exposição Universal de Paris, em 1900, o Prémio Valmor, em 1910, a 1a Medalha da Sociedade Nacional de Belas Artes, em 1911 , e as Medalhas de Honra e de Ouro na Exposição Internacional do Panamá-Pacífico, em 1915.
O arquitecto portuense participou também em concursos públicos de arquitectura, tendo recebido, em 1895, o Primeiro Prémio para o restauro da igreja do Mosteiro dos Jerónimos e, em 1896, o seu projecto para construções económicas em Lisboa, Porto e Covilhã arrecadou o Primeiro Prémio. De igual modo, ganhou o Primeiro Prémio para projectos- tipo de escolas primárias do país, tendo-se tornado director das construções escolares, cargo em que supervisionou a construção de cerca de trezentos edifícios escolares, como é o caso da antiga Escola Primária de Colares, conforme consta em notícia publicada no jornal Correio de Cintra, de 25 de Outubro de 1903: “O architecto Sr. Bermudes deve vir brevemente a Cintra para tratar d’esta importante obra”.
Ainda em Sintra, Adães Bermudes foi autor de dois dos mais emblemáticos edifícios do ‘bairro novo’ – os Paços do Concelho e a Cadeia Comarcã – ambos inaugurados na Festa da Primavera, em 13 de Junho de 1909.
Do seu vasto, reconhecido e premiado currículo destaca- se, para além da obra sintrã, algumas outras construções que se tornaram paradigmáticas e definidoras das próprias paisagens urbanas em que se inserem, designadamente, em Lisboa: a ampliação do Museu Nacional de Arte Antiga; o novo edifício do Instituto Superior de Agronomia; diversas casas de habitação; e, sobretudo, o ‘Monumento ao Marquês de Pombal’ – este em parceria com o Arquitecto António do Couto e com o Escultor Francisco dos Santos -, monumento este que, tendo ganho o concurso em 1917, só viria a concluir-se na década de 1930.
Nas palavras de Ana Tostões, Adães Bermudes era um autor multifacetado que “aplicando uma expressão eclética beaux-artiana (apenas confirma) a diversidade de expressões habilmente manipuladas”. (in “Sentimento, Autoria, Conceito … “, História da Arte em Portugal, direcção de Paulo Pereira, 1997, vol. III, p. 512), diversidade esta que está também patente em inúmeros outros cargos públicos que desempenhou ao longo da sua vida. Foi, pois, Regente na Escola de Belas Artes de Lisboa e, na qualidade de Vogal da Comissão dos Monumentos Nacionais, afecta ao Conselho Superior de Instrução Pública, visitou, juntamente com os Arquitectos Ventura Terra, Alexandre Soares e Rosendo Carvalheira- e conforme notícia dada à estampa pelo’O Concelho de Sintra, de 23 de Março de 1912, os trabalhos de “demolição das casas em frente do histórico Paço de Cintra (. . .) representando para esta vila um importantíssimo melhoramento, que será o início de um vasto projecto que em poucos anos será realizável, e colocará Cintra á altura da justa fama que lhe dão as suas bellezas naturais”.
O arquitecto assumiu, igualmente, cargos políticos, tendo sido Voga l e Presidente da Comissão Administrativa do Município de Lisboa e Senador Independente na Sessão Legislativa de 1918-1919.
Apesar de nascido no Porto, Adães Bermudes extasiou- se com as belezas deste cadinho da finis terra, acabando por fixar residência na Quinta da Saibreira, em Paiões, onde faleceu em 1947. A Câmara Municipal de Sintra descerrou uma placa comemorativa alusiva nesta quinta em Setembro de 2005.
Este arquitecto moldou de forma irreversível a fisionomia sintrense, nomeadamente ao estabelecer, com os seus edifícios revivalistas, uma indelével união entre o velho burgo, romântico e aristocrático, com a desenvolta Estefânea, democrática e progressista, pelo que é justa esta singela homenagem, ao ser inserido o seu nome na publicação desta obra.
Rio de Mouro
Rio de Mouro é hoje um importante aglomerado urbano do concelho de Sintra, sendo que a sua importância foi aumentando ao longo dos tempos.
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